quarta-feira, 31 de outubro de 2007

A Copa do mundo é nossa


E a Copa do Mundo é nossa, mas e a taça? Como todo bom e comportado brasileiro, vamos no contentar com o que nos foi dado pelos tios ricos de todo o Mundo, pelo menos os jogos serão aqui.
A nomeação do país para sediar a Copa anunciada pela Fifa contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e 12 governadores.
Durante a cerimônia , o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., disse que o Brasil é "uma pátria de chuteiras". Nelson Rodrigues que não se ofenda, mas pouquíssimos conseguem chegar a algum lugar com suas chuteiras.
Em um telão exibiram imagens da Copa de 50 ao som de muito samba e alegria. Afinal, o brasileiro vive em festa, vive sorrindo, por mais que não tenha um dente na boca. Também colocaram depoimentos de brasileiros, pessoas que mal sabiam falar. Pra quê fazer isso com a gente? Somos apenas o pobre brasileiro com muito orgulho e amor?
Sim, somos. O brasileiro gosta dessa marca, de ser lembrado apenas no Carnaval e no futebol. Agora fomos reconhecidos, vamos sediar a Copa de 2014, vem muita gente nos visitar. A Fifa realmente achou que merecíamos uma chance, mas já advertiu que terá de prestar atenção especial ao cumprimento da reforma nos estádios que, segundo a federação, não se encontram em estado adequado para a Copa.
Haverá um boom na geração de empregos, e certamente serão permanentes, como os gerados durante os Jogos Pan-Americanos. Empresários como Oscar Maroni, irão triplicar seu patrimônio.

As palavras de ironia não são contra o futebol e o meninos da seleção, a culpa não é deles. Aliás, eles conseguiram sair desse poço.
Estava no Estádio do Morumbi e ouvi o seguinte comentário: "Quantas mil casas vão deixar de construir para melhorarem os estádios para a Copa?"
O Brasil dos miseráveis, das crianças desnutridas, do desempregado e do analfabeto irá sediar a Copa de 2014. Não deixo de reconhecer que este é um evento histórico do qual eu vou fazer questão de participar. Mas não podemos nos deixar iludir. É apenas mais um agrado para nos desviar da realidade.

Veja o tamanho da reforma:

-- Arena Recife-Olinda: 45.500 lugares (a ser construído)
-- Arena Bahia, Salvador: 44.100 lugares (a ser construído)
-- Arena Zagallo, Maceió: 45.337 lugares (a ser construído)
-- Estrela dos Reis Magos, Natal: 65.100 lugares (a ser construído)
-- Orlando Scarpelli, Florianópolis: 41.700 lugares em 2014
-- Arena das Baixada, Curitiba: 41.375 lugares em 2014
-- Verdão, Cuiabá: 40.000 lugares em 2014
-- Morenão, Campo Grande: 44.355 lugares em 2014
-- Serra Dourada, Goiânia: 40.000 lugares em 2014
-- Vivaldão, Manaus: 40.550 lugares em 2014
-- Arena da Floresta, Rio Branco: 41.264 lugares em 2014.
-- Mangueirão, Belém; 43.788 lugares em 2014
-- Mané Garrincha, Brasília: 76.232 lugares em 2014
-- Mineirão, Belo Horizonte: 74.300 lugares em 2014
-- Morumbi, São Paulo, 66.952 lugares em 2014
-- Beira Rio, Porto Alegre: 60.000 lugares em 2014
-- Maracanã, Rio de Janeiro: 86.100 lugares em 2014

2 comentários:

Nádia Tamanaha disse...

Concordo plenamente...Quero muito ver essa copa e, se possível, ir em algum jogo. Mas fala sério...e depois, como fica? A Copa acaba e o povo, como fica?
enfim, só esperando pra ver

Beijo blogmate

Bruna Freitas disse...

Certo que haverá um boom de desenvolvimento, ainda que maquiado...
Gostei da seu olhar crítico, apesar de uma amante confessa de futebol, soube avaliar também como brasileira. Como tal, preferia um país de justiça social.
Parabéns às gatinhas!