segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Saudade

Sempre que tocava aquela música ou surgia aquele assunto, lágrimas transbordavam dos olhos da minha mãe. Eu não entendia muito bem por que, afinal fazia mais de 20 anos que o dityan (Avô em japonês) havia partido. Mas ela sempre dizia:
- Não importa quanto tempo passe, a saudade não tem fim.
Nunca duvidei nem achei exagero. Mas era difícil entender.

Mas no último sábado, no casamento do meu primo, descobri que é verdade. Quanto mais o tempo passa, mais a saudade aumenta. É uma dor que não dói de verdade. É o tipo da coisa que quando menos você espera, ela aparece e te derruba. A família estava reunida, a festa estava bonita e todo mundo estava feliz. Mas existia ali um vazio. O lugar onde ela deveria estar e não estava. Quando a foto dela apareceu no telão acompanhada da palavra “Saudades”, eu percebi que é exatamente isso que eu sinto e, realmente, não importa quanto tempo passe, esse tipo de sentimento nunca cessa. Dos meus olhos, transbordaram lágrimas, iguais àquelas que eu via nos olhos dela. E então, eu entendi: sempre achei que não seria nada sem minha mãe. Hoje, sei que na ausência dela eu sou tudo. Tudo que ela me ensinou e mostrou.
“Bem que mamãe disse...”

3 comentários:

Bruna Freitas disse...

Você é a continuidade, traçando uma linha vertical: avós, pais, filhos... Uma sucessão. E sim, Nadiolina... Na ausência das majestades soberanas que principes se tornam reis!

Alice Assunção disse...

pela primeira vez, não tenho nenhum comentário a fazer!

Quel é.. disse...

Pô meu, tô chorando de novo.
Vc é foda.
Mas na moral, tem uma hora que a saudade sufoca, e é aí q eu odeio.
Bju te amo.